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quarta-feira, 7 de março de 2012

Graça à beira da estrada

Um homem estava parado na esquina de uma rua da periferia da cidade. Vendia jornais aos motoristas que paravam no semáforo. Com uma muleta debaixo de um braço e jornais debaixo do outro, ia mancando de carro em carro. Tinha apenas uma perna e caminhava com o auxílio de uma muleta enferrujada. Seus dentes da frente estavam estragados. 

O homem aproximava-se de cada motorista para tentar vender um jornal. Enquanto isso eu me afundava no banco do carro. Envergonhada de meu medo, em vez de me encolher decidi orar por ele. Toda quinta-feira lhe comprava um jornal; era meu caminho, pois era dia de visitar meu tio idoso. 

Após alguns meses, faltei por três quintas-feiras seguidas. Projetos atrasados no trabalho, um problema familiar e uma bronquite intermitente impediram-me de visitar meu tio. Finalmente de volta à minha rotina, como de costume aproximei-me daquela esquina e o semáforo obrigou-me a parar. Entreguei meu dinheiro ao vendedor de jornais e contei-lhe sobre meus infortúnios recentes. Seu rosto suavizou-se. Ele enfiou seus jornais debaixo do braço e colocou sua mão em meu braço. Então disse: “Vou orar para que você fique boa logo”. Respirei fundo. Eu, que tenho dentes suficientes para comer uma boa refeição e duas pernas inteiras para me levarem a qualquer lugar, recebi a dádiva do consolo de sua oração, oferecida de maneira simples, antes que o farol abrisse. Cristo ganhou um rosto novo, e regozijei-me por vê-lo à beira da estrada.

"O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes." Mateus 25.40 

Linda Tatum (Carolina do Norte, EUA)

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